Por que a obsessão coletiva pelo Figma criou um monopólio tóxico que está prejudicando desenvolvedores, designers e inovação no mercado de design tools
Se você chegou aqui esperando mais um elogio ao Figma como "ferramenta revolucionária", pode fechar a aba. Este artigo vai mostrar como essa obsessão coletiva criou o maior monopólio tóxico da história do design digital.
Enquanto você estava aprendendo a "colaborar melhor" no Figma, o mercado de design tools virou um deserto. Não é sobre Figma ser bom ou ruim. É sobre como uma ferramenta criou dependência tão forte que matou competição, inovação e, principalmente, alternativas viáveis para desenvolvedores que precisam trabalhar com designers.
Vamos parar de romantizar e falar números reais. Figma não é "melhor" porque é melhor. É "melhor" porque matou a concorrência. E isso tem consequências que você sente no bolso e na qualidade do trabalho todo dia:
Resultado: 200% de aumento de custo + zero alternativas viáveis
A história que contam: "Figma revolucionou design colaborativo". A verdade: Figma chegou no momento certo com dinheiro suficiente para destruir concorrentes. Não foi inovação, foi estratégia de mercado impactante que você confundiu com "superioridade técnica".
Realidade: InVision, Marvel e Zeplin faziam isso há anos. Figma apenas copiou, teve mais dinheiro para marketing e matou os concorrentes comprando talentos deles.
Realidade: Sketch rodava nativo no macOS, era mais rápido. Figma convenceu todo mundo que "web-based é melhor" porque assim controlam 100% da experiência e seus dados.
Realidade: Zeplin fazia handoff perfeito. Figma matou Zeplin oferecendo funcionalidade "grátis" até todo mundo migrar, depois começou a cobrar por features avançadas.
Realidade: Qualquer uso profissional real precisa pagar. "Gratuito" é só para viciar usuários e criar dependência. Clássica estratégia de drogas digitais.
O que acontece quando uma ferramenta vira "padrão de mercado" não por ser a melhor, mas por eliminar alternativas: inovação para, preços sobem, qualidade despenca. E você, desenvolvedor, paga a conta dessa hegemonia.
Adobe pagou $20 bilhões pelo Figma. Não foi por amor à inovação. Foi para controlar 100% do mercado de design digital. Sketch morto, XD morto, Figma comprado. Resultado: Adobe controla design de UI/UX inteiro. Parabéns, agora você é refém de duas empresas.
2025-2026: Adobe integra Figma ao Creative Cloud. Preços aumentam 300%. "É pelo valor agregado", vão dizer.
2027-2028: Funcionalidades começam a ser removidas do Figma "gratuito". Para fazer handoff decente, precisa pagar Adobe Creative Cloud completo.
2029-2030: Figma vira apenas um módulo do Photoshop/Illustrator. Design independente de UI/UX praticamente extinto.
Você não é só consumidor dessa hegemonia, você é vítima. Quando designer entrega arquivo Figma e diz "pega as specs aqui", você não tem escolha. Quando Figma muda API e quebra suas automações, você se vira. Quando preço sobe, sua empresa paga e corta seu orçamento.
Antes: "Vou usar a melhor ferramenta para cada projeto". Agora: "Vou usar Figma porque designer não sabe usar mais nada".
Desenvolvedor que trabalha com design virou refém de decisões de produto de uma empresa que não liga para desenvolvimento, só para design.
Não existe "melhor ferramenta universal". Existe ferramenta certa para cada contexto, equipe e projeto. Figma convenceu o mercado que precisava de "uma ferramenta para tudo" para criar dependência. E funcionou perfeitamente.
Para prototipagem rápida: Framer era melhor (até ser engolido pela onda Figma)
Para design de ícones: Illustrator continua superior (mas Adobe quer forçar Figma)
Para handoff limpo: Zeplin era perfeito (mas Figma matou oferecendo "grátis")
Para performance: Sketch nativo era mais rápido que Figma web até hoje
A janela para alternativas está fechando. Quando uma ferramenta domina 90% do mercado, ninguém mais investe em concorrentes. Resultado: estagnação tecnológica, preços abusivos e você pagando a conta de um monopólio que não escolheu.
Não é sobre "gostar" ou "não gostar" do Figma. É sobre ter opções. E quando você não tem opções, não tem poder de negociação. Adobe sabe disso. Figma sabe disso. Só você que ainda não percebeu.
Não é mais sobre qual ferramenta usar. É sobre aceitar que uma empresa controla como você trabalha, quanto paga e que funcionalidades tem acesso.
E o pior: você vai defender essa dependência chamando de "padrão da indústria" porque já não consegue imaginar alternativa.
Figma não "ganhou" porque era melhor. Ganhou porque teve estratégia mais agressiva: ofereceu "gratuito" até viciar o mercado, comprou talentos dos concorrentes e matou inovação.
Resultado: Adobe pagou $20 bilhões por uma empresa que nunca precisou ser realmente superior. Só precisou eliminar alternativas.
"Figma não é a melhor ferramenta de design. É apenas a única que sobrou depois que mataram todas as outras."