Operacional é estratégico? Uma visão que quebra a regra
Por que sair do operacional pode estar te afastando das decisões estratégicas sem você perceber.
Por que isso é importante
Em um mercado cada vez mais competitivo, a fronteira entre o estratégico e o operacional está cada vez mais tênue. Entender isso é fundamental para líderes que desejam se manter relevantes, conectados à realidade dos clientes e eficazes nas decisões de longo prazo.
A separação entre estratégico e operacional está ultrapassada
Existe uma crença comum no mundo corporativo de que para ser estratégico é preciso se afastar das atividades operacionais. No entanto, essa distinção nem sempre reflete a realidade. Ela cria barreiras artificiais entre quem executa e quem pensa a estratégia — como se fossem mundos incompatíveis.
Em muitos casos, justamente quem está mais próximo das operações é quem tem maior clareza sobre as dores e necessidades reais do cliente. E isso, por definição, é extremamente estratégico.
Operações como fonte primária de insights
A área de operações é onde a mágica acontece: é onde se atende o cliente, se corrige falhas, se obtém feedback em tempo real. Negligenciar essa proximidade com a realidade pode levar uma liderança a decisões baseadas em achismos e desconectadas do que realmente importa.
⚠️Atenção
Se você é gestor, cuidado ao querer “subir” deixando o operacional de lado a qualquer custo. Você pode estar abandonando seu maior ativo estratégico: o contato com a realidade.
Então tudo é estratégico?
Claro que não. Estratégia demanda visão de longo prazo, alocação de recursos, definição de prioridades. Mas reduzir o operacional a “tarefas repetitivas de baixo valor” é ingenuidade. Principalmente em empresas que colocam o cliente no centro.
ℹ️Dica prática
Em vez de sair do operacional, evolua no operacional. Aprimore os processos, questione métricas, ouça sua equipe e, acima de tudo, conecte esses aprendizados com a visão da empresa.
Crescer é se afastar do cliente?
Quanto mais a empresa cresce, maior é o risco de desconexão entre quem lidera e quem interage com o cliente. Apesar de natural, isso é perigoso. Você começa a decidir com base em relatórios e planilhas, e não mais em conversas reais, reclamações reais, feedbacks reais.
❌Atenção
A ilusão da torre de marfim: muitos profissionais acham que se afastar do cliente é um sinal de maturidade profissional. Na realidade, é o começo da miopia estratégica.
Como alinhar o lado operacional com decisões estratégicas
Exemplos de empresas que fazem isso bem
Zappos
Toda a liderança precisa passar um tempo no atendimento antes de assumir cargos diretivos.
Saiba mais →Amazon
Jeff Bezos estabelece a obsessão pelo cliente como pilar estratégico desde o início.
Nubank
Tem squads estratégicos com pessoas da operação colaborando desde a definição do produto.
Comparando visões: gestão tradicional vs gestão integrada
Gestão Tradicional
Enxerga o operacional como execução de tarefas sem impacto estratégico.
Prós
- Menor sobrecarga para cargos de liderança
- Modelo hierárquico consolidado
Contras
- Distanciamento da realidade
- Baixo envolvimento de quem está na ponta
Gestão Integrada
Incorpora o conhecimento do operacional na tomada de decisões estratégicas.
Prós
- Decisões mais conectadas à realidade
- Valorização da linha de frente
Contras
- Mais exigência de tempo e escuta
- Maior complexidade na tomada de decisões
Revendo sua própria trajetória
Já parou para pensar se você quer sair do operacional apenas porque é o padrão do mercado? Ou porque de fato entende o impacto disso na sua tomada de decisão? Nem sempre “subir” é sinônimo de “se afastar”.
Um novo olhar para posições operacionais
Quem atua no operacional e domina os processos com profundidade tem uma enorme vantagem competitiva para virar liderança. O caminho não é sair correndo dessa posição, mas transformá-la de dentro pra fora.
✅Reflexão
Já imaginou seu futuro de liderança começando no lugar em que você mais conhece o cliente, os erros do sistema e os gargalos da jornada? O operacional é uma escola valiosa.