Fábrica de Software x SaaS: Qual o melhor caminho?

O chamado inicial: trabalhar com o que se ama

Começar uma fábrica de software parece atrativo. Basta um computador e conhecimento em programação para começar. Além disso, estar cercado de outros desenvolvedores, trabalhar em projetos variados e estar em constante aprendizado são motivações legítimas. No início, o modelo parece simples: fechar negócio, codar e receber.

Cliente quer pagar pouco. Muito pouco.

No mercado real, clientes geralmente comparam um software sob medida com ferramentas prontas. Isso distorce a percepção de valor. O resultado: orçamentos subestimados, promessas que comprometem a rentabilidade e projetos que demoram muito mais que o esperado para serem entregues e remunerados.

Todo projeto é um filho novo

Entregar um software personalizado não significa encerramento. Muitos clientes voltarão anos depois pedindo suporte e melhorias. E mesmo que isso gere receita recorrente, também cria dependência e compromissos inesperados que tomam tempo da equipe e sua escala.

O desafio da escalabilidade

No modelo sob demanda, cada novo projeto demanda novas pessoas. Se o número de clientes cresce, a equipe precisa crescer na mesma proporção. Isso dificulta a escalabilidade e torna o negócio instável em momentos de perda de clientes.

Previsibilidade de Receita: o calcanhar de Aquiles

Projetos pontuais geram receita intermitente. Cada novo contrato envolve negociação, escopo, prazo e planejamento. Isso torna as finanças do negócio imprevisíveis, variando mês a mês, o que dificulta planejamento de longo prazo.

Gerenciar programadores não é trivial

Programadores são profissionais especializados, caros e muito disputados. Encontrar bons profissionais, garantir comprometimento e gerenciar suas entregas exigem maturidade de gestão. O home office, a concorrência internacional e a cultura de job hopping dificultam ainda mais.

Prazo e qualidade: o dilema contínuo

Estimar prazos em desenvolvimento de software é complicado. Mudanças de escopo, dependências técnicas e fatores imprevistos impactam o cronograma. Isso gera pressão sobre a equipe, entrega às pressas e, por consequência, código mal feito que prejudica a longevidade do software.

E se houvesse outro caminho?

Ao invés de desenvolver vários softwares sob medida, você pode investir em desenvolver um único software como serviço (SaaS) e vendê-lo para muitos clientes. Isso muda completamente a operação do negócio e traz ganhos de escala, previsibilidade e margem.

Comparando os dois modelos

Passos para migrar de fábrica para SaaS

Experiência prática: aprendendo com erros

Subestimar orçamentos custou anos de trabalho não remunerado. Mas entender essas dores levou à decisão de focar em SaaS, produto próprio e liberdade de escalar com controle. Essa é a trajetória mais sustentável para quem deseja viver bem de software.