Como construir um app offline first com sincronização bidirecional
Descubra os desafios e estratégias por trás do desenvolvimento de um aplicativo com sincronização offline e arquitetura baseada em dados dinâmicos.
Por que isso é importante
Construir apps que funcionam perfeitamente mesmo sem conexão com a internet é um diferencial competitivo forte e ajuda a garantir melhor experiência para o usuário. Neste artigo, você vai acompanhar uma jornada real de construção de um SaaS offline, com todas as dores, acertos e soluções pensadas para garantir desempenho e persistência de dados.
A importância dos fluxos no desenvolvimento de um SaaS
Ao iniciar a estruturação de um aplicativo, é comum cairmos na armadilha de criar telas e funções sem planejar como os dados fluirão entre sistema e usuário. Neste projeto, optamos por guiar toda a composição de telas com base em um JSON dinâmico lido localmente — e sincronizado com o back-end apenas quando a internet estiver disponível.
Uma arquitetura de sincronização bidirecional
O core do projeto é a sincronização bidirecional. Isso significa que o front-end precisa enviar todas as alterações feitas offline através de uma fila de sincronização e ao mesmo tempo receber do back-end atualizações como novas perguntas e mudanças de estrutura.
⚠️Atenção
Evite o erro de tentar enviar uma requisição por ação do usuário. Isso pode gerar consumo excessivo de rede e perda de dados em ambientes instáveis.
Em vez disso, criamos filas locais que armazenam todas as ações e são processadas quando a conexão for restabelecida. Esse modelo garante que toda a experiência seja fluida mesmo em trânsito ou em áreas com pouca cobertura.
Componentes reutilizáveis dominam o cenário
Boa parte do tempo foi investida na criação de componentes reutilizáveis, como botões, áreas seguras, textos com controle de estilo e mais. Isso garante que futuras telas possam ser geradas sem repetição de código — apenas mudando o payload do JSON com as instruções básicas.
ℹ️Dica técnica
Estruture seus componentes como caixas responsivas com props dinâmicos para estilos, ícones, textos, callbacks. Isso te poupará muito tempo à medida que o app escala e muda.
Fluxo de avaliação do usuário na primeira tela
Logo no primeiro uso, o app propõe um teste de nível para o usuário. Essa jornada introdutória não precisa ser codificada tela por tela, mas sim desenhada como um fluxo json com steps dinâmicos, configurando perguntas, botões, opções e direcionamento.
Os desafios com Flexbox (e pesadelos)
Mesmo com domínio técnico, até pequenos bugs visuais com button quebrando layout podem surgir. E sim, é normal até sonhar com isso. A lição aqui é: todos cometem erros, até quem dá aula. O importante é entender, refatorar e manter a simplicidade na base de componentes.
❌Atenção
Não deixe um erro de UI atrapalhar a estrutura geral. Priorize resolver estruturalmente e use componentes menores para debugar parte por parte.
Entre empresas, família e desafios: como manter evolução mesmo sem tempo
Apesar de um calendário apertado, com deslocamentos, ida a cartórios e a demandas familiares (incluindo um bebê recém-nascido), a evolução foi focada e estratégica. O segredo foi priorizar as decisões arquiteturais do projeto antes de codar novas telas.
Desenhando a estrutura do banco e sincronização
Na prática, o app salva o estado mais recente no storage local e, ao encontrar rede, sincroniza com o banco. A arquitetura garante que dados como respostas, níveis, pontuações e metas sejam preservados mesmo com múltiplos dispositivos ou reinstalações.
✅Decisão estratégica
O uso de JSON no lugar de navegação hardcoded permite deploys sem publicação de novas versões. Basta trocar o JSON no back-end.
Telinha por JSON, não por componente fixo
As screens são criadas por dados. Isso significa que steps como "quanto você já estudou programação" são definidos em uma estrutura que o front interpreta, usando os componentes base reusáveis.
Offline first: desafios e soluções
Mais difícil que programar funcionalidades é garantir que tudo funcione sem internet: salvamento local, sincronização futura, consistência dos dados e tratamento de conflitos são tópicos complexos, mas que fazem o app escalar de forma confiável.
O fluxo reverso: back-end atualizando app
Não basta o app enviar dados. O servidor também precisa atualizar perguntas, regras e fases. Assim, redesenhamos arquitetura para escutar alterações do back-end e atualizar localmente via sincronização programada.
A animação como camada emocional
Mesmo protótipos merecem emoção. A escolha de colocar uma capivara animada digitando durante os testes iniciais trouxe leveza à experiência. Isso mostra como UI/UX bem feito constrói conexão com quem usa o app.
Diferença entre criar apps verbosos ou dinâmicos
O foco não é codar dezenas de telas estaticamente. O objetivo é um projeto flexível, orientado a dados com backend controlando o fluxo. Isso torna Manutenção e Escalabilidade sustentáveis a longo prazo.
Reutilização em escala
Graças aos componentes genéricos, criar novas telas ou incluir novas perguntas se tornou questão de 1 hora e não dias inteiros. Isso só é possível com arquitetura modular, onde as decisões já foram tomadas no início do projeto.
Responsabilidade como CTO de múltiplas empresas
Gerenciar seis empresas, cuidar da família, manter consistência no código e ainda liderar uma equipe exige foco em pilares sólidos. O segredo para produtividade está em priorizar estrutura, automatizar tarefas repetitivas e documentar decisões.
O que esperar no próximo passo
No próximo ciclo, o foco estará na consolidação do fluxo de sincronização e nas animações UI. Com as bases prontas, o esforço diminui e o código começa a florescer. A cada commit sentimos o SaaS ganhar vida.